Equipe de Beyoncé exige retirada de música do trailer do filme sobre Bolsonaro

A polêmica em torno do filme “Dark Horse”, que retratará a ascensão política de Jair Bolsonaro, acaba de ganhar um novo capítulo
Beyoncé

A equipe da cantora Beyoncé acionou medidas legais contra os produtores do filme “Dark Horse”, cinebiografia de Jair Bolsonaro, após o uso não autorizado da canção “Survivor”, do Destiny’s Child, no trailer divulgado recentemente. A decisão trouxe à tona discussões sobre direitos autorais, ética na produção cultural e o impacto político de obras cinematográficas. O caso ganhou repercussão internacional e expôs a delicada relação entre arte, política e propriedade intelectual.

O caso que movimentou a indústria cultural

O trailer do filme “Dark Horse”, produzido pelo ex-secretário de Cultura Mário Frias e estrelado pelo ator norte-americano Jim Caviezel, foi lançado no início de dezembro. A produção promete retratar momentos marcantes da trajetória de Jair Bolsonaro, incluindo o atentado sofrido em 2018. No entanto, o uso da música “Survivor”, composta por Beyoncé, Anthony Dent e Mathew Knowles, sem autorização, provocou reação imediata da equipe da artista.

Segundo Anderson Nick, representante da BeyGOOD no Brasil, organização filantrópica da cantora, “obviamente a música foi utilizada sem autorização e as providências legais já estão sendo tomadas para que seja retirada o mais rápido possível”.

Direitos autorais e repercussão internacional

O episódio reacendeu debates sobre uso indevido de obras musicais em produções audiovisuais. Especialistas lembram que trilhas sonoras são parte fundamental da narrativa de um filme, mas exigem licenciamento formal. 

Para a indústria cultural, o episódio é um alerta: o uso indevido de músicas pode gerar processos milionários, além de comprometer a credibilidade da obra.

O filme “Dark Horse”

Dirigido por Cyrus Nowrasteh, o longa é descrito como uma cinebiografia que mistura drama e política. O ator Jim Caviezel, conhecido por interpretar Jesus Cristo em “A Paixão de Cristo”, dará vida a Bolsonaro. A produção será filmada no Brasil e nos Estados Unidos, com expectativa de lançamento em 2026.

O título “Dark Horse” remete à ideia de um candidato improvável que surpreende ao vencer, metáfora usada para retratar a ascensão política de Bolsonaro.

Reações nas redes sociais

O uso da música “Survivor” gerou intensa repercussão nas redes sociais. Críticos apontaram que a escolha da canção, que fala sobre superação e resistência, buscava reforçar a narrativa política do ex-presidente. No entanto, a falta de autorização transformou o recurso em um problema jurídico e ético.

Usuários ironizaram a situação, enquanto apoiadores do artista defenderam a retirada imediata do trailer. O caso se tornou trending topic no Brasil e em comunidades internacionais ligadas à música e ao cinema.

Impacto político e cultural

O episódio não se limita ao campo artístico. Ele expõe como produções culturais podem se tornar instrumentos políticos, e como o uso indevido de elementos artísticos pode gerar desgaste. Para críticos, o caso reforça a necessidade de separar arte de propaganda política.

Além disso, a polêmica pode afetar a recepção internacional do filme, já que Beyoncé é uma das artistas mais influentes do mundo. A associação negativa pode comprometer a distribuição da obra em mercados estrangeiros.

O que esperar daqui para frente

Com a retirada da música exigida pela equipe da cantora, os produtores terão de buscar alternativas para a trilha sonora. Isso pode atrasar o cronograma de divulgação e aumentar os custos da produção.

Especialistas acreditam que o caso servirá como exemplo para futuras produções, reforçando a importância de respeitar direitos autorais e evitar conflitos legais que possam comprometer o sucesso de um projeto.

O episódio envolvendo Beyoncé e o filme “Dark Horse” mostra como arte, política e direitos autorais se entrelaçam em um cenário cada vez mais complexo. Mais do que uma disputa jurídica, o caso revela a força da música como elemento cultural e político, e a necessidade de responsabilidade na produção audiovisual.

Independentemente do desfecho, a polêmica já garantiu ao filme uma visibilidade inesperada — mas também um desafio que pode marcar sua trajetória antes mesmo da estreia.

Postar um comentário